VIBE CODING: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER.
Para quem é da área, o vibe coding se tornou uma dor de cabeça e para quem não é técnico uma "solução". Nesse artigo eu falo sobre como o vibe coding vem agitando a bolha tech e como seu uso precisa ter um pouco de atenção.
PROGRAMAÇÃO
Felipe Manso
4/27/20254 min read


Vibe Coding: O Que É, Como Funciona e os Riscos de Desenvolver Sem Conhecimento Técnico
Introdução
Nos últimos meses, o termo vibe coding se tornou tendência entre criadores de conteúdo, desenvolvedores e entusiastas de tecnologia. No entanto, por trás da ideia de democratizar o acesso à criação de sistemas e protótipos, existe um lado menos glamouroso que precisa ser discutido.
Embora o vibe coding traga inovações ao permitir que qualquer pessoa, mesmo sem formação técnica, desenvolva projetos, ele também pode gerar riscos importantes para o mercado de software, como código inseguro, gerenciamento inadequado de recursos e aumento do débito técnico.
Neste artigo, vamos explicar o que é vibe coding, seus benefícios, os riscos que essa prática pode trazer e como o mercado deve se preparar para lidar com essas mudanças.
O Que É Vibe Coding?
O vibe coding é uma prática que consiste em criar códigos, protótipos e sistemas sem que o desenvolvedor tenha necessariamente conhecimentos técnicos em programação ou design de experiência do usuário (UX).
Com o apoio de ferramentas de inteligência artificial e plataformas no-code ou low-code, pessoas com pouca ou nenhuma base técnica conseguem transformar ideias em produtos digitais funcionais.
Em muitos casos, basta uma descrição em linguagem natural — como um pedido para a IA — para que uma aplicação simples ou um protótipo de interface seja gerado em poucos minutos.
O vibe coding surge no cenário como uma resposta à crescente necessidade de agilidade na inovação, abrindo portas para criadores independentes, empreendedores e profissionais de outras áreas que precisam de soluções rápidas.
As Principais Características do Vibe Coding
Uso intensivo de IA: Ferramentas como GPTs, Copilot, e geradores de interface utilizam machine learning para interpretar pedidos e gerar código.
Acessibilidade: Elimina (ou reduz drasticamente) a necessidade de conhecer linguagens como Python, JavaScript ou C#.
Prototipagem rápida: Ideal para projetos que precisam ser testados ou validados rapidamente.
Criação com foco em experiência: Muitas vezes, o objetivo não é a performance do sistema, mas a experiência do usuário final.
Benefícios do Vibe Coding
O crescimento do vibe coding trouxe algumas vantagens inegáveis:
1. Democratização da Criação Digital
Pessoas sem formação em tecnologia agora conseguem materializar suas ideias, o que pode impulsionar a inovação em setores tradicionalmente afastados do desenvolvimento de software.
2. Agilidade e Redução de Custos
Startups e pequenos negócios podem criar soluções iniciais sem a necessidade de contratar grandes equipes de desenvolvimento.
3. Incentivo à Criatividade
Ao eliminar barreiras técnicas, o vibe coding permite que mais pessoas tragam ideias novas para o mundo digital, o que pode gerar produtos mais diversos e inclusivos.
Os Riscos Ocultos do Vibe Coding
Apesar dos benefícios, a prática de vibe coding carrega consigo riscos consideráveis, especialmente quando aplicada em projetos que exigem robustez, segurança e escalabilidade.
1. Código de Baixa Qualidade
Sem um conhecimento profundo de boas práticas de programação, o código gerado pode ser desorganizado, ineficiente e difícil de manter.
Isso gera débitos técnicos que se acumulam ao longo do tempo, tornando a evolução do produto mais cara e complexa.
2. Falhas de Segurança
Um dos maiores perigos é a criação de sistemas vulneráveis a ataques. Sem entender fundamentos de segurança da informação, é fácil gerar brechas que podem comprometer dados sensíveis.
Por exemplo:
Falta de validação de entrada de usuário.
Implementação incorreta de autenticação e autorização.
Exposição de APIs sem proteções adequadas.
3. Má Gestão de Recursos
Problemas como vazamento de memória, uso excessivo de CPU e falhas no gerenciamento de banco de dados são comuns em códigos criados sem noções básicas de engenharia de software.
Em ambientes de produção, isso pode levar a lentidão, instabilidade ou até mesmo queda total dos sistemas.
4. Falsos Resultados
A facilidade em criar protótipos pode gerar uma ilusão de que um sistema está "pronto para o mercado", quando na verdade ele carece de testes de usabilidade, validações de segurança e ajustes de performance.
As Consequências para o Mercado de Desenvolvimento de Software
A explosão do vibe coding deve forçar o mercado a se adaptar em diversas frentes:
Mais investimentos em segurança: Empresas precisarão testar e auditar sistemas criados via vibe coding com mais rigor.
Nova demanda por especialistas: Profissionais que revisam, corrigem e melhoram código gerado automaticamente serão ainda mais valorizados.
Evolução das ferramentas: Ferramentas de IA deverão incorporar mecanismos para detectar e corrigir problemas automaticamente, mas isso ainda levará tempo para amadurecer.
Educação continuada: Haverá uma pressão maior para que criadores sem formação técnica adquiram ao menos noções básicas de desenvolvimento seguro e boas práticas de codificação.
Conclusão: O Vibe Coding É Inovador, Mas Exige Responsabilidade
O vibe coding representa uma verdadeira revolução no acesso à criação digital.
Mas, como toda revolução tecnológica, carrega também riscos que não podem ser ignorados.
Criar soluções sem conhecimento técnico pode ser inspirador, mas também pode gerar consequências graves, tanto para projetos individuais quanto para o ecossistema digital como um todo.
Seja você um entusiasta, um empreendedor ou um profissional de tecnologia, a melhor abordagem é equilibrar inovação com responsabilidade. A tecnologia deve ser libertadora — mas nunca inconsequente.
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